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Dengue afeta o coração? Entenda a relação da doença com a saúde cardiovascular

Com o aumento de casos de dengue no Brasil nos últimos meses, muitas dúvidas são levantadas sobre os efeitos da doença no organismo, especialmente em pacientes com condições cardíacas. Entre os questionamentos mais comuns, encontra-se a dúvida sobre se a dengue afeta o coração e de que forma isso pode ocorrer.

Embora conhecida pelos sintomas clássicos, como febre alta e dores no corpo, a dengue também pode trazer complicações cardiovasculares, especialmente em estágios avançados.

Estudos recentes revelam que pacientes com dengue grave têm maior probabilidade de desenvolver complicações como miocardite e arritmias, reforçando a importância de compreender essa relação.

Por isso, preparamos este artigo para que você entenda como a dengue pode comprometer a saúde do coração, quais cuidados tomar e como prevenir complicações.

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Dengue

Dengue afeta o coração?

Sim, a dengue afeta o coração, especialmente em casos graves. A doença, causada pelo vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, pode gerar complicações cardiovasculares como miocardite (inflamação no músculo cardíaco), arritmias e insuficiência cardíaca temporária.

Segundo um estudo apresentado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), divulgado no jornal O Globo, 50% dos pacientes com dengue grave desenvolvem inflamação severa no coração, o que evidencia a importância do acompanhamento médico em casos suspeitos​​.

As complicações que a dengue pode causar no coração estão relacionadas às mudanças nos vasos sanguíneos, inflamação no organismo e problemas na circulação do sangue, características típicas da doença.

Essas alterações comprometem o fluxo de sangue e nutrientes pelo corpo. Em casos mais graves, isso pode levar a uma queda brusca na pressão arterial, conhecida como choque circulatório, colocando a vida do paciente em risco.

Assim, é muito importante estar atento aos sintomas e procurar um médico o mais rápido possível. Quanto antes a dengue for diagnosticada e tratada, menores serão as chances de ocorrerem complicações graves.

A dengue hemorrágica é mais perigosa para pacientes cardíacos?

Pacientes cardíacos precisam de cuidados redobrados ao contrair dengue hemorrágica, uma forma grave da doença que causa sangramentos intensos e perda significativa de plasma. Esses fatores podem provocar queda acentuada na pressão arterial, dificultando o trabalho do coração em bombear sangue de maneira eficiente.

Estudo conduzido por Araiza-Garaygordobil et al. (2021), publicado no National Library of Medicine, mostrou que até 12,5% dos casos graves de dengue apresentam complicações cardiovasculares

Entre elas estão a inflamação no músculo cardíaco (miocardite) e alterações nos batimentos, como ritmos anormais e bradicardia. Tais complicações decorrem da inflamação severa e de alterações no funcionamento dos vasos sanguíneos​.

Além disso, o uso de medicamentos como aspirina ou clopidogrel, comuns no tratamento de doenças cardíacas, pode aumentar o risco de hemorragias durante a dengue. Por isso, ao menor sinal de dengue, é fundamental informar ao médico sobre o uso desses medicamentos. 

O acompanhamento contínuo e o trabalho conjunto entre médicos de diferentes áreas são indispensáveis para evitar complicações mais graves e preservar a saúde do coração durante a recuperação.

A dengue pode alterar a pressão arterial?

Sim, a dengue pode afetar a pressão arterial, especialmente em casos graves. A alteração ocorre devido às características da doença, incluindo febre alta, desidratação e inflamações generalizadas que afetam os vasos sanguíneos e a circulação.

Nos quadros mais graves, como na dengue hemorrágica ou na forma severa da doença, pode ocorrer uma queda acentuada na pressão arterial, conhecida como choque circulatório, que coloca a vida do paciente em risco quando não tratado imediatamente.

A inflamação provocada pelo vírus da dengue compromete o funcionamento dos vasos sanguíneos, dificultando a circulação do sangue e provocando o vazamento de plasma para fora dos vasos. 

O vazamento reduz o volume de sangue efetivo na circulação, contribuindo para a queda da pressão arterial. Além disso, sintomas como vômitos persistentes e perda de apetite agravam a desidratação, piorando o quadro clínico.

Pacientes cardíacos que utilizam medicamentos para controle da pressão arterial, como betabloqueadores, podem apresentar respostas diferentes ao contrair dengue. O uso de remédios que interferem no funcionamento da circulação exige monitoramento médico cuidadoso para evitar complicações.

Ao surgirem os primeiros sintomas de dengue, como febre alta e dores no corpo, torna-se indispensável buscar atendimento médico imediato para prevenir alterações na pressão arterial e preservar a saúde do coração.

Sou paciente cardíaco e estou com suspeita de dengue: O que devo fazer?

Se você é paciente cardíaco e está com suspeita de dengue, tomar medidas corretas de forma imediata é essencial para prevenir complicações. Confira as orientações a seguir:

  • Procure atendimento médico rapidamente: ao identificar sintomas iniciais, como febre alta, dores no corpo e cansaço extremo, busque orientação médica sem demora. Informe ao profissional de saúde sobre sua condição cardíaca e os medicamentos que utiliza, para o tratamento ser adequado;
  • Evite automedicação: medicamentos como aspirina, ibuprofeno ou outros anti-inflamatórios devem ser evitados, pois podem aumentar o risco de sangramentos. Somente tome remédios prescritos por um médico;
  • Monitore os sinais vitais: esteja atento a alterações como palpitações, tonturas, suor excessivo e quedas bruscas na pressão arterial. Caso esses sinais sejam percebidos, procure um serviço de emergência;
  • Garanta uma boa hidratação: consuma líquidos regularmente, como água, água de coco e soluções de reidratação oral, para evitar desidratação e ajudar a estabilizar o volume de sangue no corpo;
  • Informe o cardiologista: avise o médico que acompanha seu tratamento cardíaco para que ele ajuste medicações e monitore os impactos da dengue no coração;
  • Priorize o repouso absoluto: evitar esforços físicos é crucial para proteger o coração e acelerar a recuperação.

Conheça os cuidados imediatos em caso de confirmação da dengue

Após a confirmação do diagnóstico de dengue, adotar cuidados específicos é indispensável para evitar complicações graves, principalmente em pacientes com condições cardíacas. Confira os passos fundamentais:

  1. Mantenha o acompanhamento médico constante: consultas frequentes ajudam a monitorar o avanço da doença e prevenir complicações. Podem ser necessários exames adicionais para avaliar a saúde cardíaca e a contagem de plaquetas;
  2. Hidrate-se continuamente: o consumo regular de líquidos, incluindo soluções de reidratação oral, é fundamental para combater a desidratação e estabilizar o volume sanguíneo, evitando choques circulatórios;
  3. Siga rigorosamente as orientações médicas: utilize apenas os medicamentos indicados pelo médico. Medicamentos que elevam o risco de hemorragias devem ser evitados, e ajustes nas medicações cardiovasculares podem ser necessários;
  4. Fique atento aos sintomas de alerta: sinais como dores abdominais intensas, sangramentos, vômitos persistentes e dificuldade para respirar indicam a necessidade de atendimento médico emergencial;
  5. Descanse completamente: o repouso absoluto reduz o impacto no sistema cardiovascular e auxilia o organismo a se recuperar mais rapidamente;
  6. Evite ambientes quentes ou abafados: lugares arejados e frescos ajudam a controlar a febre e a evitar o agravamento dos sintomas.

Para pacientes com histórico de condições cardíacas, o conhecimento é uma ferramenta poderosa na prevenção de complicações. A dengue pode impactar diretamente o funcionamento do coração, tornando essencial o cuidado redobrado.

Ao longo deste artigo, apresentamos informações importantes sobre os efeitos da dengue no organismo, com ênfase nos cuidados necessários para preservar a saúde do coração.

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