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Sopro no coração: o que é, causas, sintomas e tratamentos

Você já ouviu falar em sopro no coração e se preocupou? Essa condição, embora comum, gera dúvidas sobre sua gravidade, sintomas e quando é necessário buscar ajuda médica.

O som diferente ouvido durante o exame de ausculta pode indicar desde uma variação normal do fluxo sanguíneo até alterações cardíacas que exigem acompanhamento especializado.

Em muitos casos, o sopro não está associado a doenças e desaparece com o tempo. Em outros casos, pode sinalizar problemas estruturais no coração que exigem atenção. Identificar os sinais, entender as causas e reconhecer quando é necessário buscar orientação médica ajuda a lidar com mais tranquilidade diante do diagnóstico. 

Neste artigo, você entenderá o que é sopro no coração, por que ele ocorre, quais sintomas podem surgir e como são realizados o diagnóstico e o tratamento.

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Sopro no coração

O que é sopro no coração?

O sopro no coração é um som extra ouvido durante a ausculta cardíaca com o estetoscópio. Ele costuma ser descrito como um ruído de sopro, turbilhonamento ou assobio, diferente do som regular dos batimentos.

Esse som não é uma doença em si, mas sim um sinal clínico. Ele pode estar presente tanto em corações saudáveis quanto em casos que envolvem alterações anatômicas ou funcionais no sistema cardiovascular.

Para avaliar o significado do sopro, o médico observa fatores como intensidade, duração, localização no tórax e o momento do ciclo cardíaco em que o som aparece. Ele também considera os sintomas e os resultados de exames complementares.

O que causa o sopro no coração?

O som característico do sopro surge quando o sangue passa acelerado ou turbulento por estruturas do coração. Essa mudança no fluxo não ocorre por acaso e está ligada a fatores que vão de condições transitórias a alterações estruturais mais complexas.

Quando o coração é anatomicamente normal, o som costuma ser classificado como sopro inocente. Ele pode ocorrer, por exemplo, durante episódios de febre, em pessoas com anemia, em fases de crescimento acelerado, na infância ou na gestação, quando há aumento do volume sanguíneo.

Segundo um artigo do Australian Journal of General Practice, cerca de 50% das crianças apresentam algum tipo de sopro durante a infância, mas menos de 1% desses casos está relacionado a cardiopatias congênitas significativas.

Já os sopros patológicos, segundo uma revisão publicada na Current Pediatric Reviews, estão ligados a problemas cardíacos estruturais, congênitos ou adquiridos. Entre as principais causas estão:

  • Doenças das válvulas cardíacas, como estenose (estreitamento) ou insuficiência (vazamento de sangue);
  • Malformações congênitas, como comunicação interventricular (CIV) ou persistência do canal arterial (PCA);
  • Prolapso da válvula mitral;
  • Endocardite, que é uma infecção na parede interna do coração ou nas válvulas;
  • Cardiomiopatia hipertrófica, que causa o espessamento do músculo cardíaco.

Além disso, condições como infarto prévio, febre reumática ou hipertensão pulmonar também podem alterar o funcionamento do coração e gerar o sopro. 

Como é feito o diagnóstico do sopro cardíaco?

Na maioria das vezes, o sopro é identificado durante um exame clínico de rotina, quando o médico escuta o coração com um estetoscópio. O som diferente dos batimentos chama a atenção e motiva uma investigação mais detalhada, mesmo que o paciente não apresente sintomas.

A análise do som inclui fatores como a intensidade, o momento em que ocorre no ciclo cardíaco, a localização no tórax e possíveis irradiações. Esses elementos ajudam a distinguir um sopro funcional de um que pode estar associado a alterações estruturais do coração.

Outra informação disponível no artigo publicado no Australian Journal of General Practice, reforça que a combinação entre exame físico detalhado e histórico clínico é fundamental para orientar o diagnóstico. 

O estudo destaca que, geralmente em crianças, não há necessidade de exames complementares, desde que o sopro seja claramente inocente e não existam sinais de alerta.

Quando há necessidade de aprofundar a investigação, os exames mais comuns incluem:

  • Ecocardiograma: ultrassonografia que permite visualizar as estruturas do coração em movimento e identificar alterações nas válvulas ou nas cavidades cardíacas;
  • Eletrocardiograma (ECG): registra a atividade elétrica do coração, útil para detectar alterações no ritmo;
  • Raio-X de tórax: pode mostrar aumento do tamanho do coração ou alterações nos vasos próximos;
  • Cateterismo cardíaco: indicado em casos mais complexos, mede pressões dentro do coração e identifica obstruções ou anomalias com maior precisão.

Conheça os sintomas comuns

É comum que o sopro no coração não cause sintomas, especialmente quando se trata de um achado funcional ou transitório, como nos sopros inocentes.

Quando há uma condição estrutural associada, os sinais variam conforme a gravidade da alteração e a idade do paciente. Em adultos, os sintomas costumam surgir quando o sopro interfere no funcionamento normal do coração. Entre os quais estão:

  • Falta de ar, mesmo em repouso ou com esforço leve;
  • Cansaço frequente;
  • Dor ou desconforto no peito;
  • Tontura ou desmaio;
  • Palpitações;
  • Inchaço nas pernas ou abdômen.

Em crianças, os sinais podem ser mais sutis. Bebês e crianças pequenas podem ter:

  • Dificuldade para se alimentar;
  • Crescimento abaixo do esperado;
  • Suor excessivo, mesmo ao dormir ou mamar;
  • Respiração acelerada ou dificuldade para respirar;
  • Coloração azulada nos lábios, pontas dos dedos ou língua.

Esses sinais não indicam necessariamente um problema grave, mas merecem atenção. A avaliação com um cardiologista é importante para esclarecer a origem do sopro e definir se algum acompanhamento será necessário.

Crianças podem ter sopro no coração?

Como vimos ao entender o que é sopro no coração e suas causas, esse som pode surgir em diferentes fases da vida, inclusive na infância. Em muitos casos, está relacionado a características fisiológicas do crescimento e não representa risco à saúde.

O chamado sopro inocente costuma ocorrer por fatores como:

  • Aumento da velocidade do fluxo sanguíneo;
  • Frequência cardíaca naturalmente mais elevada;
  • Parede torácica fina, que facilita a condução do som.

Essas condições tornam o ruído mais perceptível no exame físico, mas não indicam alterações estruturais. O som tende a desaparecer com o tempo e não exige tratamento específico.

Por outro lado, há situações em que o sopro está relacionado a malformações cardíacas. Segundo revisão publicada na Current Pediatric Reviews, mesmo após a triagem neonatal, algumas cardiopatias congênitas podem passar despercebidas nas primeiras semanas de vida

Nesses casos, o sopro pode ser o primeiro sinal observado em um acompanhamento de rotina. Identificar essa diferença requer atenção. Cabe ao pediatra avaliar se o som está dentro do esperado ou se levanta suspeitas.

Quando há dúvida ou sinais de alterações estruturais, o encaminhamento ao cardiologista pediátrico permite uma investigação mais precisa, com apoio de exames específicos e critérios bem definidos.

A condição tem tratamento?

O sopro no coração não é, em si, algo que precise ser tratado. A conduta médica está voltada à causa que o provoca, quando essa causa existe. Isso pode envolver alterações nas válvulas cardíacas, malformações congênitas ou outras condições que afetam o fluxo sanguíneo.

Quando há impacto no funcionamento do coração, o acompanhamento com um especialista permite avaliar a evolução do quadro e definir o momento certo para intervir. Em muitos casos, o tratamento é clínico, com o uso de medicamentos para controlar sintomas como arritmias, pressão alta ou sobrecarga do músculo cardíaco.

Outras situações exigem intervenções mais específicas, como:

  • Cirurgias para reparar ou substituir válvulas com defeito;
  • Cateterismo para corrigir comunicações anormais entre as câmaras do coração;
  • Antibióticos, em casos selecionados, para prevenir ou tratar infecções como a endocardite.

Por outro lado, quando não há sintomas nem prejuízo à função cardíaca, mesmo em casos de alterações anatômicas leves, o mais indicado costuma ser apenas o acompanhamento regular. Consultas periódicas, associadas a exames de imagem e escuta clínica, garantem o controle adequado sem a necessidade de intervenção.

Fique bem-informado sobre as condições cardíacas

O propósito deste artigo foi te explicar o que é sopro no coração, por que ele ocorre, quais sinais merecem atenção e como é feito o acompanhamento médico. Com informação clara e confiável, fica mais fácil compreender o diagnóstico e lidar com ele com tranquilidade.

Se esse conteúdo te ajudou a entender melhor o tema, continue explorando nossos materiais. Aqui, você encontra orientações seguras para tirar dúvidas, ampliar seu conhecimento e cuidar do seu coração com confiança.

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