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Doenças respiratórias: Como elas afetam o coração e pacientes com marcapasso

O coração depende de muitos fatores para funcionar bem, sendo a respiração um dos mais importantes. Quando surgem doenças respiratórias, o esforço para manter o corpo oxigenado aumenta. Esse impacto pode afetar diretamente a saúde cardiovascular.

Em pessoas idosas ou com marcapasso, esse desequilíbrio torna-se ainda mais delicado. Por isso, compreender a conexão entre pulmão e coração é uma etapa importante para garantir um cuidado seguro, especialmente em períodos de maior incidência de infecções respiratórias.

Ao longo deste conteúdo, vamos mostrar por que essa relação exige atenção, quais sinais indicam risco e de que forma o acompanhamento ajuda na prevenção de complicações.

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Doenças respiratórias

Quais são as doenças respiratórias?

As doenças respiratórias afetam as vias aéreas e os pulmões, comprometendo a troca de gases e, muitas vezes, exigindo maior esforço do organismo para manter a oxigenação adequada. Algumas são passageiras, enquanto outras acompanham o paciente por toda a vida.

Entre as mais comuns estão as doenças respiratórias agudas, como gripe, pneumonia e COVID-19. Elas causam inflamações nos pulmões e costumam gerar sintomas como febre, tosse, dor no peito e dificuldade para respirar. 

Em idosos, essas infecções representam um risco maior de complicações, especialmente quando há comprometimento cardiovascular prévio.

Já as doenças respiratórias crônicas, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), a asma e a bronquite crônica, evoluem lentamente e impactam a qualidade de vida de forma progressiva. São situações que, com frequência, aparecem associadas a outras condições clínicas, como a insuficiência cardíaca.

Essa coexistência é comum, mas requer atenção. Segundo um levantamento da Fiocruz, divulgado na Agência Brasil, 64,2% dos idosos internados por infecções respiratórias já tinham alguma doença cardíaca associada.

O dado reforça a importância de uma abordagem integrada que considere os efeitos combinados entre pulmão e coração, principalmente em grupos mais vulneráveis.

Além das manifestações clínicas iniciais, essas alterações podem impactar em outros sistemas do corpo. Quando há histórico cardíaco ou uso de marcapasso, a sobrecarga tende a ser ainda mais sensível, uma condição que demanda atenção clínica contínua, como veremos adiante.

Como as doenças respiratórias afetam o coração?

Já vimos que pulmão e coração funcionam de forma interdependente. Quando a respiração é comprometida, o sistema cardiovascular precisa se adaptar para manter a oxigenação adequada. 

Esse esforço extra pode causar sobrecargas importantes, especialmente em pessoas com histórico cardíaco ou que utilizam marcapasso. Alguns mecanismos ajudam a compreender essa relação:

  • Redução da oxigenação (hipóxia): a troca de gases prejudicada força o coração a trabalhar mais intensamente para distribuir oxigênio aos tecidos. Isso pode aumentar a pressão nos vasos pulmonares e impactar a função do lado direito do coração;
  • Inflamação sistêmica: as infecções respiratórias desencadeiam processos inflamatórios que se espalham pelo organismo. Essa inflamação pode desestabilizar o sistema circulatório, contribuindo para alterações no ritmo cardíaco ou na pressão arterial;
  • Esforço respiratório aumentado: em infecções ou doenças pulmonares crônicas, o corpo usa mais energia para manter uma respiração minimamente eficaz. Esse esforço constante eleva a demanda cardíaca, representando um desafio adicional para quem já vive com alguma limitação cardiovascular;
  • Hiperinsuflação pulmonar em doenças crônicas: em casos como a DPOC, o acúmulo de ar nos pulmões comprime estruturas internas, dificulta o retorno venoso e agrava a insuficiência cardíaca.

Esses mecanismos ajudam a explicar como as doenças respiratórias influenciam no coração e reforçam a necessidade de uma abordagem clínica que considere os dois sistemas em conjunto.

Riscos específicos para pacientes com marcapasso e quais cuidados especiais

Em pessoas com marcapasso, infecções respiratórias podem ter consequências mais amplas do que em pacientes sem dispositivos implantáveis

Isso porque o coração, ao ser desafiado por alterações no pulmão, apresenta respostas clínicas diferentes mesmo com o ritmo cardíaco sendo controlado. Os principais pontos de atenção nesse cenário estão:

  • Oscilações na frequência cardíaca: a febre, sintoma comum em infecções respiratórias, tende a acelerar os batimentos. Quando isso ocorre, pode ser necessário reavaliar a programação do marcapasso;
  • Efeitos de medicamentos respiratórios: substâncias como broncodilatadores e corticoides são frequentemente usados nesses quadros e interferem na condução elétrica do coração. Em idosos, essa interação é mais sensível, aumentando a chance de reações indesejadas;
  • Quadros de instabilidade clínica: mesmo com o dispositivo em funcionamento adequado, sintomas como queda de pressão, tontura ou mal-estar podem surgir. O marcapasso ajuda a controlar o ritmo, mas não evita outras alterações desencadeadas pela infecção;
  • Vulnerabilidade em idosos: em pacientes mais velhos, a presença de múltiplas condições clínicas e a menor reserva funcional aumentam o risco de complicações. Quando se usa marcapasso, o cuidado é ainda mais delicado e exige acompanhamento contínuo.

Nessas situações, o acompanhamento por equipes especializadas, com envolvimento conjunto de cardiologia e pneumologia, é fundamental. 

Quais são os sintomas que merecem atenção?

Reconhecer os primeiros sintomas relacionados com doenças respiratórias é um passo importante para evitar agravamentos, especialmente em idosos e em pessoas com histórico cardíaco.

Mesmo alterações aparentemente leves podem indicar que o corpo está sob maior exigência e precisa de avaliação médica. A seguir, estão alguns dos sinais que devem ser observados com atenção:

  • Falta de ar ou respiração acelerada;
  • Cansaço desproporcional às atividades simples do dia a dia;
  • Palpitações ou batimentos irregulares;
  • Sensação de tontura ou desequilíbrio;
  • Dor ou desconforto no peito;
  • Febre persistente ou de início súbito;
  • Tosse acompanhada de secreção espessa ou com sangue.

Em idosos, alguns sintomas podem ser mais discretos. Mudanças no apetite, sonolência fora do habitual ou queda no nível de energia também devem ser consideradas, mesmo na ausência de febre ou falta de ar.

Para quem utiliza marcapasso, perceber variações na respiração, no ritmo cardíaco ou no bem-estar geral pode ajudar na identificação precoce de complicações. A observação cuidadosa contribui para decisões mais seguras e intervenções no momento adequado.

É possível prevenir complicações?

Embora muitas doenças respiratórias se desenvolvam de forma imprevisível, algumas medidas ajudam a reduzir o risco de agravamento, principalmente em pessoas com histórico cardíaco ou que utilizam marcapasso.

Entre as ações que contribuem para a prevenção, destacam-se:

  • Manter a vacinação em dia, incluindo vacinas contra gripe, pneumonia e COVID-19;
  • Evitar ambientes com pouca ventilação ou com alta circulação de vírus respiratórios, especialmente em épocas de maior incidência;
  • Cuidar da alimentação e da hidratação diária, fortalecendo o sistema imunológico com uma dieta rica em nutrientes;
  • Não interromper o acompanhamento médico, mesmo em períodos assintomáticos;
  • Observar mudanças no padrão respiratório ou na frequência cardíaca e comunicar à equipe de saúde.

No caso de pacientes com marcapasso, o monitoramento remoto é uma ferramenta que amplia a segurança no dia a dia.

O recurso permite acompanhar o funcionamento do coração à distância, identificar alterações precoces e reduzir a necessidade de deslocamentos, o que beneficia especialmente pessoas idosas ou com mobilidade reduzida.

A prevenção começa com escolhas simples, mas se fortalece com uma rede de cuidados bem estruturada. Integrar medidas clínicas, comportamentais e tecnológicas contribui para respostas mais seguras ao tratamento e melhor qualidade de vida.

Cuidar da respiração é também cuidar do coração

Ao longo deste conteúdo, vimos como as doenças respiratórias podem afetar diretamente o funcionamento do coração, sobretudo em pessoas idosas ou com marcapasso. Entender essa conexão permite adotar uma postura mais atenta no dia a dia, identificar sinais precoces e buscar apoio clínico sempre que necessário.

Compreender essa relação é o primeiro passo. O segundo é aplicar esse conhecimento: reconhecer os sinais, manter o acompanhamento médico em dia e adotar hábitos que favoreçam a saúde respiratória e cardíaca.

Cuidar da respiração é também uma forma de proteger o coração. Com atenção aos sintomas, orientação clínica adequada e o apoio de tecnologias confiáveis, como o monitoramento remoto da BIOTRONIK, é possível garantir um cuidado mais seguro, contínuo e adaptado às necessidades de cada paciente.

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