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Consequências do infarto: entenda os cuidados após o ataque cardíaco

Depois de um infarto, o que muda na rotina? O coração volta ao normal? Que tipo de cuidado é preciso ter? Essas são algumas das perguntas mais comuns, afinal, as consequências do infarto vão além do momento da emergência. Mesmo com o tratamento adequado, o coração pode sofrer alterações que exigem atenção contínua.

Conforme o Ministério da Saúde, o infarto agudo do miocárdio é a principal causa de morte no Brasil. A estimativa é de que entre 300 mil e 400 mil casos ocorram todos os anos. E, infelizmente, uma em cada cinco a sete pessoas não resiste. Entre os motivos para esse cenário, está que muitos pacientes não recebem o acompanhamento adequado após sair do hospital, o que aumenta o risco de novas complicações.

Por isso, hoje vamos explicar quais as consequências de um infarto e o que pode acontecer com o coração após o episódio.  Você vai entender melhor os riscos envolvidos, os cuidados recomendados e por que o acompanhamento médico contínuo é essencial para a recuperação. Boa leitura!

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Consequências do infarto: o que acontece com o coração depois?

Passar por um infarto não significa lidar só com um susto. Esse evento pode deixar marcas importantes no coração. Algumas vezes, os danos são leves e reversíveis com o tratamento. Em outras, o impacto altera de forma permanente o funcionamento do músculo cardíaco ou afeta seu ritmo natural.

É por isso que o acompanhamento médico e os cuidados no dia a dia são tão importantes. Mesmo após a alta hospitalar, o coração continua se recuperando e precisa de suporte. Vamos entender agora, com mais detalhes, quais complicações do infarto podem surgir.

Danos ao músculo cardíaco

Durante o infarto, uma das artérias que levam sangue ao coração fica obstruída e interrompe a chegada de oxigênio ao músculo cardíaco, causando a morte de células naquela região. O nome técnico para esse tecido é miocárdio. Quando parte do miocárdio morre, o corpo tenta reparar a área com uma cicatriz, um tecido que não se contrai como o original.

A substituição por tecido cicatricial compromete a capacidade do coração de bombear sangue com eficiência. Se a área afetada for pequena, talvez a pessoa nem perceba muitas mudanças. Mas quando o infarto atinge regiões maiores, o coração perde força e pode desenvolver insuficiência cardíaca com o passar do tempo.

Outro ponto importante é que esse tipo de dano não é “reparado” por completo. Mesmo com tratamento e mudanças no estilo de vida, as células cardíacas perdidas não se regeneram. Por isso, é tão importante evitar novos eventos e cuidar bem do coração que segue em atividade.

Impactos no ritmo cardíaco

Além de prejudicar a força do músculo cardíaco, o infarto também pode afetar o sistema elétrico do coração, que garante que os batimentos ocorram de forma regular e coordenada. Quando ele é atingido, o paciente pode começar a sentir palpitações, descompassos ou alterações no ritmo cardíaco.

Essas arritmias variam de leves a graves. Algumas podem ser somente incômodas. Outras, no entanto, oferecem risco à vida e precisam de tratamento imediato, porque as regiões cicatrizadas no coração podem interferir na condução dos impulsos elétricos, criando falhas no ritmo que desorganizam a contração do órgão.

Em alguns casos, o coração bate rápido demais (taquicardia), devagar demais (bradicardia) ou de forma completamente irregular. Identificar esses sinais precocemente ajuda a evitar complicações maiores, como desmaios, falta de ar e até mesmo um novo infarto.

Possíveis consequências após o infarto

Depois de um infarto, o coração fica mais vulnerável a algumas condições. É necessário ressaltar que nem todo paciente vai desenvolvê-las. Mas, de toda forma, entender quais são os riscos e como eles se manifestam ajuda no acompanhamento médico e no cuidado com a saúde.

A seguir, explicamos as complicações do infarto agudo do miocárdio mais comuns e o que elas representam na prática.

Insuficiência cardíaca

A insuficiência cardíaca  acontece quando o coração não consegue mais bombear sangue da maneira adequada. Nesses casos, o sangue não circula como deveria, e o corpo começa a sentir os efeitos. 

Cansaço frequente, falta de ar mesmo em repouso, inchaço nas pernas e ganho rápido de peso são sinais comuns. Os sintomas podem surgir logo após o infarto ou aparecer com o tempo, conforme o coração se adapta à nova condição.

Com tratamento adequado, mudanças no estilo de vida e acompanhamento médico regular, é possível manter a condição sob controle e ter qualidade de vida.

Arritmias cardíacas

As arritmias são alterações no ritmo dos batimentos do coração. Elas também podem acontecer por causa dos danos causados pelo infarto, principalmente quando a área afetada compromete a condução elétrica do órgão.

Alguns pacientes relatam sensação de “coração disparado”, pausas nos batimentos ou desmaios. Em casos mais graves, a arritmia acaba se tornando uma emergência médica e exige intervenção imediata. Um tipo comum é a fibrilação ventricular, que pode levar à parada cardíaca se não for tratada rapidamente.

É por isso que, depois de um infarto, monitorar o ritmo cardíaco é tão importante quanto controlar a pressão e o colesterol. Exames simples, como o eletrocardiograma ou o uso de um holter, ajudam a detectar essas alterações.

Bloqueios no sistema elétrico do coração

Outra possível consequência do infarto é o bloqueio na condução elétrica do coração, que acontece quando o dano atinge as regiões responsáveis pelo envio dos sinais elétricos que coordenam os batimentos.

Esse tipo de bloqueio faz o coração bater mais lentamente ou de forma irregular. Em situações mais delicadas, o médico pode indicar o uso de um marcapasso para manter o ritmo cardíaco estável.

Nem todo bloqueio exige intervenção imediata. Mas é indispensável acompanhar o quadro com cardiologista e realizar os exames indicados, já que a condição pode evoluir com o tempo e interferir na qualidade de vida.

Novo infarto

Infelizmente, quem já teve um infarto está mais propenso a ter outro, porque a doença que causou o primeiro evento — na maioria das vezes, a aterosclerose — continua presente no organismo.

O risco de um novo infarto é maior nos primeiros meses após o episódio, mas se estende por toda a vida. Por isso, é tão importante seguir as orientações médicas, tomar os medicamentos corretamente e fazer mudanças reais no estilo de vida.

Cuidados essenciais após um infarto

O período após um infarto exige atenção. Mesmo com a alta hospitalar e as medicações ajustadas, o coração continua em recuperação e precisa de suporte constante

Com acompanhamento médico e mudanças consistentes no estilo de vida, é possível retomar a rotina e melhorar a qualidade de vida, desde que haja cuidado do corpo, da mente e, claro, do coração.

É importante lembrar que esses cuidados não devem acontecer só nos primeiros meses. Eles são parte do tratamento a longo prazo e servem para evitar um novo infarto ou o agravamento de outras condições cardíacas.

Os principais pontos de atenção são:

  • Uso correto das medicações prescritas, como antiplaquetários, estatinas e betabloqueadores;
  • Controle rigoroso da pressão arterial, colesterol e glicemia;
  • Reeducação alimentar, com foco em alimentos naturais, baixo teor de sal e gordura;
  • Prática regular de atividade física leve a moderada, sempre com liberação médica;
  • Acompanhamento com cardiologista e realização periódica de exames;
  • Atenção aos sinais do corpo, como cansaço fora do comum, falta de ar, palpitações ou dores no peito;
  • Cuidado com a saúde mental, já que ansiedade e depressão são comuns após o infarto;
  • Abandono do tabagismo e moderação no consumo de álcool.

Essas orientações devem ser sempre personalizadas, conforme o histórico de cada paciente. Por isso, o diálogo com a equipe médica é fundamental para uma recuperação segura e eficaz.

Lembre-se: não se trata só de evitar o próximo infarto, mas também de viver com mais segurança e qualidade de vida a partir de agora.

Quando o marcapasso pode ser necessário após um infarto?

Nem todo paciente que sofre um infarto vai precisar de um marcapasso, mas em alguns casos, o coração perde a capacidade de manter um ritmo adequado sozinho. Normalmente, isso acontece quando o infarto é mais extenso, atinge as áreas responsáveis pela condução dos impulsos elétricos, as artérias descendentes anteriores ou coronárias principais.

O marcapasso é um pequeno dispositivo implantado sob a pele, na região do tórax, que envia estímulos elétricos para o coração quando ele bate devagar demais ou de forma irregular. O objetivo é manter o ritmo cardíaco em segurança.

Bloqueios cardíacos, bradicardias graves (batimentos muito lentos) ou pausas prolongadas entre os batimentos estão entre as principais indicações para o uso do marcapasso. São quadros que provocam tontura, desmaios, falta de ar ou cansaço intenso e, quando não são tratados adequadamente, colocam a vida do paciente em risco.

Se, após o infarto, o seu cardiologista levantar a possibilidade de implantar um marcapasso, vale a pena entender como o dispositivo funciona e como ele pode ajudar. O procedimento é seguro, e a tecnologia atual possibilita que o paciente leve uma vida ativa e tranquila, com monitoramento regular e adaptações simples na rotina. 

Quer saber mais? Acesse o nosso conteúdo completo sobre o tema: veja como o marcapasso pode ajudar no seu tratamento e tire as suas dúvidas.